‘Em briga de marido e mulher, Civil mete a colher’, diz delegada

Nove homens acusados de assassinato ou tentativa de homicídio contra mulheres foram presos nesta sexta-feira (23) pela Polícia Civil. As capturas, segundo a chefe da instituição, delegada Martha Rocha, marcam o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra a Mulher, que será comemorado neste sábado (24). Todos tinham mandados de prisão pendentes.

“Fica o alerta para todos: em briga de marido e mulher, a Polícia Civil mete a colher”, afirmou Martha Rocha. Ela ressaltou que quatro novas Delegacias Especiais no Atendimento à Mulher (Deam) devem ser inauguradas até março em Nova Iguaçu, São Gonçalo, Campos e Cabo Frio.

A partir de investigações de delegacias distritais, policiais das 11 Deams desencadearam a operação desta sexta-feira em todo o estado. Os suspeitos estão envolvidos em casos registrados desde 2004.

“Essa foi a maneira da Polícia Civil comemorar a data”, ressaltou Martha Rocha, referindo-se às prisões.

Ainda de acordo com a chefe de Polícia, todos os mandados de prisão pendentes relacionados a homicídio ou tentativa de homicídio contra mulheres serão cumpridos até o fim do ano. Mais de 20 suspeitos são procurados.

Explicação

Perguntada sobre o motivo de as prisões só terem ocorrido na véspera do Dia da Eliminação da Violência contra a Mulher, a delegada afirmou que a corporação sempre tenta cumprir os mandados de prisão pendentes. “Nesse momento foi possível prendê-los, mas isso não quer dizer que a polícia não tenha tentado capturá-los antes”.

Ela também fez um apelo às mulheres, pedindo para elas procurarem a polícia logo no primeiro caso de agressão. “A violência doméstica não está maior. O que aumentou foi o número de notificações”, concluiu a policial.

 

Fonte: O Dia

Mulheres cristãs vítimas de violência doméstica: orar ou denunciar?

Os casos de mulheres evangélicas que são agredidas pelos maridos, sendo estes convertidos ou não ao evangelho, viraram motivo de debate no meio cristão. Informações de autoridades públicas apontam que as mulheres que resolvem deixar as orientações religiosas de lado e resolvem denunciar os companheiros, afirmam que os líderes de igrejas são omissos.

O Pastor Silmar Coelho afirma que uma mulher que sofre agressão doméstica deve procurar a polícia. “Não basta ensinar uma mulher a orar pela conversão do marido que a espanca. Espancamento é caso de polícia e não de oração. Os líderes devem ser mais ativos, se intrometer, no bom sentido, na vida do casal que tem problemas. Dar conselhos, orar e não fazer nada não resolve”, opina Coelho.

Segundo o site Exibir Gospel, o Pastor Jaime Kemp acredita que o outro lado da história, o homem, deve ser ouvido, pois muitas vezes, a agressão ocorre por causa de provocações: “no aconselhamento, recebemos mulheres vítimas de violência, que chegam muitas vezes machucadas. Nós apoiamos a denúncia, mas precisamos conversar com o marido. Às vezes, a mulher tem a sua parcela de culpa nos casos de violência, porque provoca o marido. Ela precisa sim denunciar, mas primeiro deve buscar aconselhamento”.

O Pastor e Delegado Aristóteles Sakai de Freitas afirma em seu artigo “Até que a violência os separe”, que “a lei Maria da Penha não veio para separar os casais, antes seu propósito é dar à mulher agredida o direito a uma vida a dois cercada de respeito, carinho, cuidado, fidelidade e amor. Nisto a lei reforça um desejo que surgiu no Éden, de que ambos fossem uma só carne. Homens e mulheres, principalmente os evangélicos devem posicionar-se contra a invasão da violência nos lares”.

A delegada evangélica Márcia Noeli Barreto, que atua na “Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher” (DPAM) do Rio de Janeiro, defende que a lei seja o melhor caminho. “Penso que o papel dos pastores é de orientação nos relacionamentos. Isso não quer dizer que a orientação seja dizer à irmã em Cristo que ela deve orar e que tudo vai passar ou que se ela está sofrendo a violência é porque Deus permitiu. Creio que Ele não está em um lar com violência. Portanto, devemos sempre orar, mas tomar uma atitude de buscar ajuda, indo à Delegacia de Polícia e registrando o fato como crime”, orienta a delegada.

Embora a violência doméstica contra a mulher seja um crime, não existe um consenso quando o divórcio é uma opção considerada pela agredida. “Só há respaldo bíblico para o divórcio em duas situações: infidelidade e abandono. Qualquer outra razão não tem. Nesses casos, sugiro que ela monte um grupo de oração com mulheres, para pedir a Deus que mude o coração do seu marido. Ele tem poder para fazer isso”, opina Kemp. A psicóloga evangélica rebate, argumentando que o divórcio não é um pecado sem perdão: “Não acredito que Deus tenha nos chamado a viver em violência, com risco de vida, simplesmente para evitarmos um divórcio. Afinal, o divórcio não é o pecado sem perdão”.

O Pastor e vice-presidente do Instituto Mulher Viva, Ariovaldo Ramos, defende que a postura dos líderes evangélicos nesses casos não deve ser movida apenas pelos princípios da Lei Maria da Penha. “Não pode haver nenhuma lei que seja maior do que a mensagem da Cruz, de que todos somos remidos pelo sangue do Cristo e vivemos pela Graça. Não é a Lei Maria da Penha que deve despertar a necessidade de apoiar a mulher vítima de violência, e sim a mensagem da Cruz pregada por homens e mulheres submissos à vontade de Deus e assim inconformados com qualquer injustiça, seja com qualquer pessoa”, afirma Ramos.

Os versículos bíblicos que tratam da relação entre marido e mulher não são claros, porém, indicam um caminho de respeito e amor, embora orientem que a mulher seja submissa a seu marido: “Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela” (Efésios 5:22, 23 e 25). Um outro versículo que aborda o assunto sugere que os maridos respeitem suas esposas e as tratem com dignidade: “Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida, de forma que não sejam interrompidas as suas orações” (1 Pedro 3:7).

A Vereadora da cidade de Campinas, no interior de São Paulo, Leonice da Paz é uma ativista dos direitos da mulher e sugere às mulheres que nunca abandonem a esperança de que um homem violento pode ser transformado: “Você que é avó, mãe, esposa, tia, irmã, filha, enfim, mulher, quero lembrá-la que o Deus de tantas mulheres da Bíblia Sagrada, a exemplo de Ester, Débora, Sara, Rute, Agar, Ana, é o mesmo de hoje e sempre. Ele fará por você aquilo que ninguém mais poderá fazer. Ele espera de nós atitude e oração. Orar+ação=oração” orienta Leonice.

Fonte: Gospel Mais

Mulheres terão serviço de proteção em fronteiras

DÉBORA ÁLVARES – Agência Estado

A Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República anunciou nesta quinta-feira a expansão dos serviços de atenção à mulher nas fronteiras a partir do início do próximo ano. A ideia é capacitar profissionais que atuam nas regiões fronteiriças para agir em situações que colocam mulheres em risco.

Serão três as cidades beneficiadas com a parceria binacional: Corumbá (MS) e Brasileia (AC), fronteira com a Bolívia, e em Santana do Livramento (RS), na divisa com o Uruguai. Hoje, o serviço já existe em Pacaraima (Roraima), que faz fronteira com a Venezuela, em Oiapoque (Amapá), na divisa com a Guiana Francesa, e em Foz do Iguaçu (Paraná), fronteiriça com Paraguai e Argentina. “Uma das ações prioritárias da minha gestão é o atendimento às mulheres vítimas de violência nas nossas fronteiras, especialmente as secas”, destacou a ministra Eleonora Menicucci durante o 2ª Encontro de Parceria Global pelo Fim da Violência Doméstica, em Brasília.

Além de ampliar o atendimento às mulheres em fronteiras brasileiras, o governo prometeu lançar em março de 2013 o modelo de atendimento móvel, para levar informação e assistência a locais onde o acesso é difícil. Serão 2 unidades móveis de atendimento por Estado. Segundo a secretária de enfrentamento à violência contra as mulheres, Aparecida Gonçalves, os critérios de prioridade estão em estudo, mas as unidades serão levadas, em especial, a cidades rurais e florestas.

Ainda como política de prevenção e enfrentamento à violência contra mulher, a Secretaria de Políticas para Mulheres assinou, ontem, a adesão da Avon à campanha “Compromisso e Atitude”, lançada em agosto. “Nessa segunda etapa, a secretaria fará parcerias com a iniciativa privada para criar ações conjuntas de enfrentamento a violência contra mulher”, explicou Eleonora Menicucci. A primeira etapa contou com a adesão da justiça de 18 Estados e o comprometimento em priorizar processos e julgamentos de assassinatos e estupradores.

Com os serviços, pretende-se ampliar a conscientização para a importância da denúncia, diminuindo os casos de violência. Hoje, o ligue 180, central de atendimento à mulher, recebe uma média de duas mil denúncias por dia, mais da metade delas referentes à violência física. Além disso, o País ocupa a sétima posição no ranking dos países com mais homicídios de mulheres – o mapa da violência aponta uma média de 4,5 mil por ano.

Fonte: Estadão